O Fim da Escala 6×1 e a Hipocrisia Parlamentar

Por: Nichollas Judson

20h-08/11/2024

A proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) busca abolir a escala de trabalho 6×1, onde os trabalhadores têm direito a apenas um dia de descanso após seis dias consecutivos de trabalho. No entanto, a proposta enfrenta forte resistência, especialmente dos deputados do Partido Liberal (PL), que se recusam a apoiar a medida.

Deputados que se Oposicionam ao Fim da Escala 6×1

Os deputados do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, são os principais opositores da PEC. Entre os que se destacam na resistência estão:

  • Cel. Chrisóstomo (PL-RO)
  • Cap. Alberto Neto (PL-AM)
  • Mauro Benevides Filho (PDT-CE)
  • Fernando Rodolfo (PL-PE)
  • Bia Kicis (PL-DF)
  • Eduardo Bolsonaro (PL-SP)
  • Carla Zambelli (PL-SP)
  • Major Vitor Hugo (PL-GO)
  • Delegado Éder Mauro (PL-PA)
  • General Girão (PL-RN)

Parlamentares Alagoanos Contra o Fim da Escala 6×1

Os deputados alagoanos que se opõem ao fim da escala 6×1 incluem:

  • Arthur Lira (PP-AL)
  • Marx Beltrão (PP-AL)
  • Sérgio Toledo (PL-AL)
  • Isnaldo Bulhões Jr. (MDB-AL)
  • Severino Pessoa (Republicanos-AL)
  • Delegado Fabio Costa (PL-AL)

Esses parlamentares, que trabalham em uma escala de três dias por semana (de terça a quinta-feira), se opõem a uma medida que beneficiaria milhões de trabalhadores que enfrentam jornadas exaustivas de seis dias consecutivos. A hipocrisia é evidente quando se considera que esses deputados recebem um salário bruto de R$ 33.763, além de diversas regalias e benefícios, enquanto os trabalhadores comuns lutam por condições mínimas de dignidade no trabalho.

Deputados que Apoiam o Fim da Escala 6×1

Por outro lado, alguns deputados se posicionam a favor da PEC, demonstrando compromisso com a melhoria das condições de trabalho no Brasil. Entre eles estão:

  • Erika Hilton (PSOL-SP)
  • Guilherme Boulos (PSOL-SP)
  • Fernanda Melchionna (PSOL-RS)
  • Gleisi Hoffmann (PT-PR)
  • Luizianne Lins (PT-CE)
  • Paulão (PT-AL)

Esses parlamentares, pertencentes principalmente aos partidos PSOL e PT, mostram sensibilidade às necessidades dos trabalhadores e apoiam a proposta que visa promover um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.

A Hipocrisia dos Parlamentares

A resistência dos deputados do PL à PEC é um reflexo claro da desconexão entre os interesses dos parlamentares e as necessidades dos trabalhadores. Enquanto os deputados desfrutam de uma escala de trabalho confortável e salários elevados, milhões de brasileiros são submetidos a jornadas exaustivas e condições de trabalho precárias. A escala 6×1, comum em setores como comércio e serviços, muitas vezes ultrapassa 50 horas semanais, sem o devido pagamento de horas extras.

Países como Suécia e Islândia já aboliram a escala 6×1 e adotaram jornadas de trabalho mais humanizadas, resultando em aumento da produtividade e maior satisfação dos trabalhadores. Na Suécia, por exemplo, experimentos com jornadas de trabalho reduzidas resultaram em menores índices de estresse e maior eficiência. Na Islândia, a redução da jornada de trabalho para quatro dias por semana foi considerada um sucesso, melhorando tanto a produtividade quanto a qualidade de vida dos trabalhadores. Esses exemplos mostram que a mudança é viável e traz benefícios tanto para os trabalhadores quanto para as empresas.

O histórico bolsonarista é marcado por uma oposição sistemática aos direitos dos trabalhadores. Desde a campanha presidencial de 2018, Jair Bolsonaro e seus aliados têm promovido uma agenda neoliberal que favorece o grande capital em detrimento dos direitos trabalhistas. A reforma trabalhista de 2017, que foi apoiada por Bolsonaro, resultou na precarização das condições de trabalho e na redução de direitos históricos dos trabalhadores. Essa postura anti-trabalhador é uma constante no bolsonarismo, que frequentemente ridiculariza movimentos sindicais e desqualifica as demandas por melhores condições de trabalho.

A negativa dos deputados do PL em apoiar a PEC revela uma postura anti-povo e uma falta de compromisso com a dignidade dos trabalhadores. É necessário que a sociedade continue pressionando por mudanças que garantam condições de trabalho justas e humanas para todos os brasileiros.

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