Abandono e Desespero no Flexal – A Inércia do Poder Público diante da Tragédia da Braskem

Por: Nichollas Judson

04/11/2024-18h

A morte trágica de Maria de Jesus Souza, conhecida como Dona Pureza, no bairro Flexal de Maceió, é um reflexo devastador do descaso e da inércia do poder público. Dona Pureza, que tirou a própria vida após envenenar sua filha e o gato de estimação, deixou um bilhete que expõe a desolação e o desespero causados pela situação de isolamento e abandono em que vivia.

A Braskem, responsável pelo afundamento do solo que devastou a região, continua a operar com um sentimento de impunidade. O acordo bilionário de R$ 1,7 bilhão firmado com a prefeitura de Maceió, sob a gestão do prefeito JHC, é visto por muitos como uma tentativa de silenciar as vítimas e minimizar a responsabilidade da empresa. Esse acordo, que deveria trazer reparação e justiça, tem sido criticado por não atender adequadamente às necessidades dos moradores afetados.

O prefeito JHC, que inicialmente prometeu apoio e soluções, virou as costas para a população dos bairros atingidos. A falta de transparência e a lentidão na implementação das medidas prometidas só aumentam a sensação de abandono entre os moradores. O Fundo de Amparo ao Morador, criado para ajudar as vítimas, ainda não recebeu os recursos prometidos, deixando muitas famílias sem suporte adequado.

Hoje, os moradores dos Flexais realizaram um protesto em um canteiro de obras da Braskem, exigindo realocação e melhores condições de vida. Esse ato de desespero e resistência é um grito por justiça e dignidade, algo que tem sido negado repetidamente por aqueles que deveriam proteger e servir a população.

A tragédia de Dona Pureza não é um caso isolado, mas sim um sintoma de um problema maior: a negligência e a inércia do poder público diante de uma crise humanitária. A filha de Dona Pureza, que também ingeriu veneno, está internada em estado grave no Hospital Geral do Estado, entre a vida e a morte.

Além disso, a prefeitura de Maceió tem sido alvo de críticas severas por cortes significativos em verbas destinadas a políticas públicas voltadas à proteção de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Esses cortes comprometem ações essenciais de inclusão social e proteção, agravando ainda mais a situação dos moradores dos bairros afetados pela tragédia da Braskem.

Dona pureza
Moradores dos Flexais protestam
Moradores dos Flexais

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